Saudações, costumeiros alucinados.
Neste cenário, os jogadores
interpretam membros de uma raça de seres que migra, dimensão após dimensão,
procurando um meio de deter a Ruína que os persegue destruindo mundos em seu
caminho.
Inspirações: os livros da série A Torre Negra (não contem spoilers,
ainda estou no 6º livro), as mini-séries de quadrinhos Eternos e Crise Final, o
seriado Battlestar Galactica e
trocentas outras coisas.
Enjoy!
OS UCRÔNICOS
Autodenominados “Ucrônicos”, estes
indivíduos se parecem com humanos comuns, mas envelhecem de forma distinta. A
partir do momento que nascem, amadurecem fisicamente como seres humanos comuns,
mas ao atingir 25 anos (maturidade ucrônica), eles passam a “envelhecer ao
contrário”, isto é, rejuvenescem 1 ano pra cada ano que passa.
Existem somente 99 indivíduos
desta espécie. Todos são inférteis. Quando um deles morre, todos os outros se
tornam férteis até que o número de 99 ucrônicos seja restaurado. Curiosamente,
jamais foi relatado caso em que dois ucrônicos gerassem prole. Isso faz com que
a teoria de que só podem se reproduzir com humanos seja aceita entre eles.
Dos 99 ucrônicos, cada um se
distingue por ter um poder diferente. Só surge outro indivíduo com o mesmo
poder, se o detentor anterior morre.
Usar estes poderes causa
envelhecimento físico ao ucrônico. Quanto mais forte é o poder, mais o seu uso
vai envelhecer o indivíduo. Usos excessivos destas habilidades podem causar a
morte do ucrônico devido a doenças próprias da velhice. O poder se manifesta
quando o ucrônico atinge a maturidade (primeira vez que faz 25 anos).
Com o tempo, os ucrônicos adotam
títulos que os descrevam e os diferencie dos demais, como Samuel Olho-de-Falcão ou Amanda
A Vidente. Com um título, vem também um brasão heráldico que será tatuado no
corpo do personagem. Esta honra vem por merecimento, então é importante que o
ucrônico se destaque por um feito para alcança-la.
Vários ucrônicos se agrupam em
Casas, sob um único brasão. Casas garantem certos benefícios sócio-políticos
para seus integrantes, assim como proteção. Em um concílio, uma reunião geral,
Casas garantem certa unidade dos membros em uma votação. A Casa com o maior
número de integrantes é a Casa do Limiar, com 27 membros, seguida pela Casa dos
Mártires, com 18.
Pertencendo a uma Casa, o
indivíduo ainda poderá se diferenciar por um título, mas seu brasão será o
brasão da Casa com alguma ligeira variação.
Ninguém é obrigado a pertencer a
uma Casa, muitos ucrônicos são independentes, mas os independentes podem acabar
fundando suas próprias Casas, se tiverem seguidores/parentes que os sigam.
A RUÍNA
No momento em que os ucrônicos entram
em uma dimensão, ela começa a morrer. A Ruína segue de perto a espécie dos
forasteiros.
Ela não tem um rosto. Não são
monstros nem uma entidade consciente. A Ruína é algo difícil de qualificar e
quantificar.
Dizem que os ucrônicos carregam o
Apocalipse nos calcanhares. Talvez isso seja verdade. Desde que chegam a alguma
dimensão, as pessoas dali começam a se corromper. Ficam mais violentas, cruéis,
mesquinhas, gananciosas, invejosas... Enfim, despertam o pior da natureza
humana. A Ruína não afeta todos, mas a minoria que escapa dos seus tentáculos
sofre nas mãos dos seus pares corrompidos.
Guerra, peste, morte... sintomas
da Ruína. As pessoas tendem a se destruir e, se tiverem tecnologia suficiente,
costumam destruir o mundo.
A Ruína não chega de uma vez,
porém. Ela vem aos poucos. Ano após ano, sua presença fica evidente pra quem a
conhece: os ucrônicos. A experiência dos forasteiros sugere que o mundo entrará
em colapso total cerca de 50 anos após sua chegada. É quando a Ruína se
apossará da dimensão.
Por maior que seja a resistência
do ucrônicos, o contato prolongado com a Ruína pode corrompê-los, degenerando
sua mente, causando loucura.
Muitos teorizam que os responsáveis
pelo surgimento desta energia que chamam de Ruína são os próprios ucrônicos. Se
isso é verdade ou não, o fato é que os forasteiros lutam desesperadamente para atrasar
seu avanço ou, quiçá, encontrar um meio de detê-la.
O ÊXODO
Os ucrônicos tem a capacidade de
migrar de uma dimensão para outra. Chamam este processo de Êxodo, mas só o
utilizam em último caso: quando a dimensão já está condenada.
As dimensões são exatamente como
o mundo que conhecemos, mas existem em frequência distinta. Ao passarem para
outra dimensão, os forasteiros podem se deparar com a Terra em qualquer período
de sua história anterior ou posterior à nossa, ou seja, podem chegar no
equivalente ao nosso presente, passado ou futuro.
A história dos ucrônicos é
incerta, pois não mantêm registros de sua história e a Memória, como todos
sabem, é uma aliada duvidosa. Entretanto, os acontecimentos de até 5 EX atrás
(sigla para Êxodos), são razoavelmente precisos.
Teorias dentre eles dizem que os
ucrônicos são originalmente de uma dimensão onde a humanidade avançou tanto que
sua ciência pareceria magia aos nossos olhos. Um dos seus mitos diz que eles
descobriram O Grande Mistério da Vida, mas a Morte e a Loucura cobram dos ucrônicos
o preço por sua arrogância. Seja como for, certas coisas são verdadeiras: As
Chaves, A Equação e O Êxodo.
Existe uma fórmula em sua
matemática-metafísica-fantástica a qual eles chamam A Equação. Ela é a porta que
se abre pra o continuum espaço-tempo. Os ucrônicos a usam para navegar entre
dimensões.
Mas a memória novamente trai os
forasteiros. Ao chegar a uma nova dimensão, os ucrônicos esquecem A Equação. É
como acordar de um sonho e lembrar apenas pedaços dele.
Observar esta nova dimensão em
que se encontram será a o meio para encontrar as partes que faltam na Equação. Certos
insights surgirão quando os ucrônicos
presenciarem os acontecimentos certos no mundo humano, lampejos que ajudarão a
completar A Equação.
Aqueles com inclinação mais “mística”
dentre os forasteiros acreditam que as chamadas Chaves da Equação são cinco:
Morte, Sonho, Desejo, Destino e Loucura. Cada uma associada a um acontecimento
importante, mas tão subjetivas que tornam sua descoberta perigosa e dúbia.
Quanto mais completa está a
Equação quando os ucrônicos realizam o Êxodo, isto é, quanto mais Chaves da
Equação descobriram, mais segura será sua transição para a nova dimensão.
Realizar um Êxodo com a Equação
incompleta é altamente perigoso: a mente dos ucrônicos pode ser acometida pela
loucura, a idade física de seus corpos pode ser comprometida até atingir a
morte natural humana ou a dimensão pode assimilar os forasteiros, isto é, se
reconfigurar para que os ucrônicos acreditem que são naturais daquela dimensão
(parentes, lembranças e relacionamentos humanos surgirão para que eles acreditem
que sempre estiveram ali).
Para acionar a Equação é
necessário que os ucrônicos se reúnam acionem as Chaves. Se os 99 indivíduos
estiverem presentes, chegarão à nova dimensão com a idade física que partiram. Se
o total de ucrônicos não for completo, os viajantes envelhecerão consideravelmente
para cada indivíduo que falte, sendo o Êxodo extremamente perigoso se o número
de forasteiros ausentes for alto.
Os ucrônicos não fazem ideia de
quantos Êxodos já realizaram, mas a certeza é que já foram mais do que o
suficiente para eles.
O JOGO
Meus planos para o Ouroboros é
fazer uma trilogia de aventuras protagonizada pelos ucrônicos. Em cada parte da
crônica principal, serão apresentadas novas revelações sobre o cenário e, no
último capítulo, os heróis terão a chance de sobrepujar a Ruína completamente –
ou morrer tentando...
Apesar dos três capítulos
distintos da trilogia terem diretrizes da crônica, as aventuras serão amplas o
suficiente para que o narrador e o grupo escolham seu palco e detalhes, a
dimensão, se tornando assim co-criadores do cenário. Isto quer dizer que o
grupo vai poder escolher a época e lugar em que a história acontecerá, mas,
ainda assim, continuar no enredo original do Ouroboros (se quiser, claro).
Também tentarei me certificar que
o último capítulo trará opções suficientes para agradar os jogadores do
cenário.
Ainda estou decidindo qual
sistema adotar (ou criar) para o Ouroboros, mas provavelmente a maior parte do
jogo será adaptável para o sistema que você quiser.
Aliás, sua opinião é
importantíssima pra ajudar a criar o jogo. Comente.
Ainda em tempo, quero agradecer
às pessoas que cooperaram para o desenvolvimento (e espero que ainda cooperem
mais porque o trampo não acabou) do Ouroboros: Fire Dragon, Francisco
Martellini, Mikh, Kriador e Camilo Oliveira Prado.
Bruno Silvano
.
Cara, muito bom o resumo, o site esta muito bom, muto bonito o layout, parabens pela iniciativa :)
ResponderExcluirSaudações, K! (inaugurando os comentários do blog)
ResponderExcluirValeu pelos elogios.
Espero que vosmicê seja (esquizo)freqüente aqui no blog. Suas ideias são sempre bem vindas.
Muito foda a temática do cenário, fiquei com sede de informações a respeito dos 99 'poderes' passíveis de existirem. To pelo playtest assim que surgir um! Parabéns!!!
ResponderExcluirSaudações, Renan.
ResponderExcluirFico feliz que tenha gostado do Ouroboros.
Estou matutando aqui sobre os poderes. Minha intenção é que cerca da metade deles (já que o número é ímpar...) serão mentais e cerca de metade serão físicos.
Quem quiser ajudar fazendo sugestões de poderes, será muito bem vindo.
A ideia é que eles sejam interessantes, mas não muito apelativos. Quanto mais forte for, mais o ucrônico vai envelhecer quando usá-lo. Assim, poderes muito extremos podem matar seu usuário (mas até seria interessante um poder que o cara só pode usar raramente porque envelhece 50 anos a cada uso...).
Quanto aos playtests, talvez demorem um pouco, mas vou tentar agilizar as coisas por aqui.
De fato o cenario e o poderes estão ficando muito legais, inclusive me deu uma ideia para um plot em uma cronia que estou mestrando. Continue o bom trabalho esta realmente muito legal. Só achei os poderes ineficazes porque são praticamente doses unicas de poder e depois um longo periodo de espera mas mesmo assim curti :D
ResponderExcluirSaudações, Temos 9 circulos.
ResponderExcluirFico feliz que o cenário esteja agradando. Ele está andando devagar devido a outros projetos e distrações que possuo.
Sobre os poderes, minha intenção nunca foi que os personagens ficassem muito poderosos. Vejo o Ouroboros mais como um épico de drama e suspense.
Entretanto, seguindo sugestões do Renan e voltando à algumas ideias iniciais para o cenário, estou cogitando a possibilidade de mudar os poderes dos ucrônicos para algo mais dinâmico e flexível.
É provável que cada ucrônico passe a dominar um conceito e que possa fazer toda sorte de alterações na dimensão a partir deste Algoritmo(lembra as Esferas do Mago: A Ascensão, mas mais específicas).
Por exemplo, alguém com o Algoritmo "Sombra" poderia explorar este conceito de forma literal (ampliando as sombras de um local para se ocultar ou para intimidar alguém), poderia explorar o conceito de forma mais metafórica (usar o Algoritmo para ser a "sombra" de alguém, seguindo esta pessoa ou imitando-a) ou ainda, poderia atingir os limites de subjetividade do conceito de Sombra (descobrir os segredos vergonhosos de alguém ou sua vida até aquele momento).
Quanto mais poderoso ou subjetivo for o efeito, mais o ucrônico envelhece por usá-lo.
Ainda estou trabalhando esta ideia, mas aceito sugestões para melhorar o Ouroboros.
Fire Dragon aqui! o/
ResponderExcluirRealmente interessante a nova proposta de poderes... mas entao mudaria bastante a proposta inicial do cenario, nao acha?
De qualquer forma, seria algo para se pensar... talvez pudessemos dar as opcoes aos Mestres/Narradores, de usar poderes que envelhecem como a proposta original, usar estes poderes por esferas, alguma forma de recuperar a idade mais facilmente (estilo vampiros, nao sei) ou outras ideias...
Enfim, muito boas as ideias! o/
Saudações, Guilherme. Bem vindo.
ResponderExcluirO cara já chegou comentando em trocentas postagens. Massa.
Então, o narrador sempre poderá usar opções diferentes, mas acho que essa vai mesmo ser a "oficial" do cenário.