domingo, 20 de novembro de 2011

Ouroboros: Forasteiros Dimensionais (Cenário)



Saudações, costumeiros alucinados.

Neste cenário, os jogadores interpretam membros de uma raça de seres que migra, dimensão após dimensão, procurando um meio de deter a Ruína que os persegue destruindo mundos em seu caminho.

Inspirações: os livros da série A Torre Negra (não contem spoilers, ainda estou no 6º livro), as mini-séries de quadrinhos Eternos e Crise Final, o seriado Battlestar Galactica e trocentas outras coisas.

Enjoy!



OS UCRÔNICOS

Autodenominados “Ucrônicos”, estes indivíduos se parecem com humanos comuns, mas envelhecem de forma distinta. A partir do momento que nascem, amadurecem fisicamente como seres humanos comuns, mas ao atingir 25 anos (maturidade ucrônica), eles passam a “envelhecer ao contrário”, isto é, rejuvenescem 1 ano pra cada ano que passa.

Existem somente 99 indivíduos desta espécie. Todos são inférteis. Quando um deles morre, todos os outros se tornam férteis até que o número de 99 ucrônicos seja restaurado. Curiosamente, jamais foi relatado caso em que dois ucrônicos gerassem prole. Isso faz com que a teoria de que só podem se reproduzir com humanos seja aceita entre eles.

Dos 99 ucrônicos, cada um se distingue por ter um poder diferente. Só surge outro indivíduo com o mesmo poder, se o detentor anterior morre.

Usar estes poderes causa envelhecimento físico ao ucrônico. Quanto mais forte é o poder, mais o seu uso vai envelhecer o indivíduo. Usos excessivos destas habilidades podem causar a morte do ucrônico devido a doenças próprias da velhice. O poder se manifesta quando o ucrônico atinge a maturidade (primeira vez que faz 25 anos).

Com o tempo, os ucrônicos adotam títulos que os descrevam e os diferencie dos demais, como Samuel Olho-de-Falcão ou Amanda A Vidente. Com um título, vem também um brasão heráldico que será tatuado no corpo do personagem. Esta honra vem por merecimento, então é importante que o ucrônico se destaque por um feito para alcança-la.

Vários ucrônicos se agrupam em Casas, sob um único brasão. Casas garantem certos benefícios sócio-políticos para seus integrantes, assim como proteção. Em um concílio, uma reunião geral, Casas garantem certa unidade dos membros em uma votação. A Casa com o maior número de integrantes é a Casa do Limiar, com 27 membros, seguida pela Casa dos Mártires, com 18.

Pertencendo a uma Casa, o indivíduo ainda poderá se diferenciar por um título, mas seu brasão será o brasão da Casa com alguma ligeira variação.

Ninguém é obrigado a pertencer a uma Casa, muitos ucrônicos são independentes, mas os independentes podem acabar fundando suas próprias Casas, se tiverem seguidores/parentes que os sigam.


A RUÍNA

No momento em que os ucrônicos entram em uma dimensão, ela começa a morrer. A Ruína segue de perto a espécie dos forasteiros.

Ela não tem um rosto. Não são monstros nem uma entidade consciente. A Ruína é algo difícil de qualificar e quantificar.

Dizem que os ucrônicos carregam o Apocalipse nos calcanhares. Talvez isso seja verdade. Desde que chegam a alguma dimensão, as pessoas dali começam a se corromper. Ficam mais violentas, cruéis, mesquinhas, gananciosas, invejosas... Enfim, despertam o pior da natureza humana. A Ruína não afeta todos, mas a minoria que escapa dos seus tentáculos sofre nas mãos dos seus pares corrompidos.

Guerra, peste, morte... sintomas da Ruína. As pessoas tendem a se destruir e, se tiverem tecnologia suficiente, costumam destruir o mundo.

A Ruína não chega de uma vez, porém. Ela vem aos poucos. Ano após ano, sua presença fica evidente pra quem a conhece: os ucrônicos. A experiência dos forasteiros sugere que o mundo entrará em colapso total cerca de 50 anos após sua chegada. É quando a Ruína se apossará da dimensão.

Por maior que seja a resistência do ucrônicos, o contato prolongado com a Ruína pode corrompê-los, degenerando sua mente, causando loucura.

Muitos teorizam que os responsáveis pelo surgimento desta energia que chamam de Ruína são os próprios ucrônicos. Se isso é verdade ou não, o fato é que os forasteiros lutam desesperadamente para atrasar seu avanço ou, quiçá, encontrar um meio de detê-la.


O ÊXODO

Os ucrônicos tem a capacidade de migrar de uma dimensão para outra. Chamam este processo de Êxodo, mas só o utilizam em último caso: quando a dimensão já está condenada.

As dimensões são exatamente como o mundo que conhecemos, mas existem em frequência distinta. Ao passarem para outra dimensão, os forasteiros podem se deparar com a Terra em qualquer período de sua história anterior ou posterior à nossa, ou seja, podem chegar no equivalente ao nosso presente, passado ou futuro.

A história dos ucrônicos é incerta, pois não mantêm registros de sua história e a Memória, como todos sabem, é uma aliada duvidosa. Entretanto, os acontecimentos de até 5 EX atrás (sigla para Êxodos), são razoavelmente precisos.

Teorias dentre eles dizem que os ucrônicos são originalmente de uma dimensão onde a humanidade avançou tanto que sua ciência pareceria magia aos nossos olhos. Um dos seus mitos diz que eles descobriram O Grande Mistério da Vida, mas a Morte e a Loucura cobram dos ucrônicos o preço por sua arrogância. Seja como for, certas coisas são verdadeiras: As Chaves, A Equação e O Êxodo.

Existe uma fórmula em sua matemática-metafísica-fantástica a qual eles chamam A Equação. Ela é a porta que se abre pra o continuum espaço-tempo. Os ucrônicos a usam para navegar entre dimensões.

Mas a memória novamente trai os forasteiros. Ao chegar a uma nova dimensão, os ucrônicos esquecem A Equação. É como acordar de um sonho e lembrar apenas pedaços dele.

Observar esta nova dimensão em que se encontram será a o meio para encontrar as partes que faltam na Equação. Certos insights surgirão quando os ucrônicos presenciarem os acontecimentos certos no mundo humano, lampejos que ajudarão a completar A Equação.
Aqueles com inclinação mais “mística” dentre os forasteiros acreditam que as chamadas Chaves da Equação são cinco: Morte, Sonho, Desejo, Destino e Loucura. Cada uma associada a um acontecimento importante, mas tão subjetivas que tornam sua descoberta perigosa e dúbia.

Quanto mais completa está a Equação quando os ucrônicos realizam o Êxodo, isto é, quanto mais Chaves da Equação descobriram, mais segura será sua transição para a nova dimensão.

Realizar um Êxodo com a Equação incompleta é altamente perigoso: a mente dos ucrônicos pode ser acometida pela loucura, a idade física de seus corpos pode ser comprometida até atingir a morte natural humana ou a dimensão pode assimilar os forasteiros, isto é, se reconfigurar para que os ucrônicos acreditem que são naturais daquela dimensão (parentes, lembranças e relacionamentos humanos surgirão para que eles acreditem que sempre estiveram ali).

Para acionar a Equação é necessário que os ucrônicos se reúnam acionem as Chaves. Se os 99 indivíduos estiverem presentes, chegarão à nova dimensão com a idade física que partiram. Se o total de ucrônicos não for completo, os viajantes envelhecerão consideravelmente para cada indivíduo que falte, sendo o Êxodo extremamente perigoso se o número de forasteiros ausentes for alto.

Os ucrônicos não fazem ideia de quantos Êxodos já realizaram, mas a certeza é que já foram mais do que o suficiente para eles.


O JOGO

Meus planos para o Ouroboros é fazer uma trilogia de aventuras protagonizada pelos ucrônicos. Em cada parte da crônica principal, serão apresentadas novas revelações sobre o cenário e, no último capítulo, os heróis terão a chance de sobrepujar a Ruína completamente – ou morrer tentando...

Apesar dos três capítulos distintos da trilogia terem diretrizes da crônica, as aventuras serão amplas o suficiente para que o narrador e o grupo escolham seu palco e detalhes, a dimensão, se tornando assim co-criadores do cenário. Isto quer dizer que o grupo vai poder escolher a época e lugar em que a história acontecerá, mas, ainda assim, continuar no enredo original do Ouroboros (se quiser, claro).

Também tentarei me certificar que o último capítulo trará opções suficientes para agradar os jogadores do cenário.

Ainda estou decidindo qual sistema adotar (ou criar) para o Ouroboros, mas provavelmente a maior parte do jogo será adaptável para o sistema que você quiser.
Aliás, sua opinião é importantíssima pra ajudar a criar o jogo. Comente.

Ainda em tempo, quero agradecer às pessoas que cooperaram para o desenvolvimento (e espero que ainda cooperem mais porque o trampo não acabou) do Ouroboros: Fire Dragon, Francisco Martellini, Mikh, Kriador e Camilo Oliveira Prado.



Bruno Silvano
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8 comentários:

  1. Cara, muito bom o resumo, o site esta muito bom, muto bonito o layout, parabens pela iniciativa :)

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  2. Saudações, K! (inaugurando os comentários do blog)

    Valeu pelos elogios.

    Espero que vosmicê seja (esquizo)freqüente aqui no blog. Suas ideias são sempre bem vindas.

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  3. Muito foda a temática do cenário, fiquei com sede de informações a respeito dos 99 'poderes' passíveis de existirem. To pelo playtest assim que surgir um! Parabéns!!!

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  4. Saudações, Renan.
    Fico feliz que tenha gostado do Ouroboros.

    Estou matutando aqui sobre os poderes. Minha intenção é que cerca da metade deles (já que o número é ímpar...) serão mentais e cerca de metade serão físicos.

    Quem quiser ajudar fazendo sugestões de poderes, será muito bem vindo.

    A ideia é que eles sejam interessantes, mas não muito apelativos. Quanto mais forte for, mais o ucrônico vai envelhecer quando usá-lo. Assim, poderes muito extremos podem matar seu usuário (mas até seria interessante um poder que o cara só pode usar raramente porque envelhece 50 anos a cada uso...).

    Quanto aos playtests, talvez demorem um pouco, mas vou tentar agilizar as coisas por aqui.

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  5. De fato o cenario e o poderes estão ficando muito legais, inclusive me deu uma ideia para um plot em uma cronia que estou mestrando. Continue o bom trabalho esta realmente muito legal. Só achei os poderes ineficazes porque são praticamente doses unicas de poder e depois um longo periodo de espera mas mesmo assim curti :D

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  6. Saudações, Temos 9 circulos.

    Fico feliz que o cenário esteja agradando. Ele está andando devagar devido a outros projetos e distrações que possuo.

    Sobre os poderes, minha intenção nunca foi que os personagens ficassem muito poderosos. Vejo o Ouroboros mais como um épico de drama e suspense.

    Entretanto, seguindo sugestões do Renan e voltando à algumas ideias iniciais para o cenário, estou cogitando a possibilidade de mudar os poderes dos ucrônicos para algo mais dinâmico e flexível.

    É provável que cada ucrônico passe a dominar um conceito e que possa fazer toda sorte de alterações na dimensão a partir deste Algoritmo(lembra as Esferas do Mago: A Ascensão, mas mais específicas).

    Por exemplo, alguém com o Algoritmo "Sombra" poderia explorar este conceito de forma literal (ampliando as sombras de um local para se ocultar ou para intimidar alguém), poderia explorar o conceito de forma mais metafórica (usar o Algoritmo para ser a "sombra" de alguém, seguindo esta pessoa ou imitando-a) ou ainda, poderia atingir os limites de subjetividade do conceito de Sombra (descobrir os segredos vergonhosos de alguém ou sua vida até aquele momento).

    Quanto mais poderoso ou subjetivo for o efeito, mais o ucrônico envelhece por usá-lo.

    Ainda estou trabalhando esta ideia, mas aceito sugestões para melhorar o Ouroboros.

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  7. Fire Dragon aqui! o/

    Realmente interessante a nova proposta de poderes... mas entao mudaria bastante a proposta inicial do cenario, nao acha?

    De qualquer forma, seria algo para se pensar... talvez pudessemos dar as opcoes aos Mestres/Narradores, de usar poderes que envelhecem como a proposta original, usar estes poderes por esferas, alguma forma de recuperar a idade mais facilmente (estilo vampiros, nao sei) ou outras ideias...

    Enfim, muito boas as ideias! o/

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  8. Saudações, Guilherme. Bem vindo.
    O cara já chegou comentando em trocentas postagens. Massa.

    Então, o narrador sempre poderá usar opções diferentes, mas acho que essa vai mesmo ser a "oficial" do cenário.

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