sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Wushu: A Antiga Arte do RPG de Ação!


O Wushu é uma ferramenta poderosa. Não me canso de repetir isso.

Escrito por Dan Bayn quase como uma brincadeira, o Wushu: A Antiga Arte do RPG de Ação!! ganhou uma versão Open e foi traduzido algum tempo atrás pelo Gustavo “Guggawitze” Martinez. É nesta tradução que me baseio para escrever esta resenha.




A maioria das pessoas encara o Wushu como um jogo satírico devido à sua simplicidade. Entretanto, não devemos confundir simplicidade com simploriedade. O Wushu é minimalista quanto às regras, buscando somente o necessário para uma boa história de ação, mas ele tem um grande potencial para histórias sérias e épicas que vão muito além da simples pancadaria.

A versão Open do Wushu é extremamente leve de ler. O texto é curto e cheio de idéias interessantes. Na verdade, se me prolongar demais nesta resenha corro o risco de deixar este texto mais longo do que o próprio Wushu Open.

Este jogo incentiva ações extremamente temerárias como as que vemos em filmes e histórias de ação (pense em Matrix, O Procurado, Kill Bill, Ninja Assassino, Piratas do Caribe, Star Wars e por aí vai). O sistema acaba fazendo os jogadores entrarem no clima da história para descreverem detalhadamente as ações dos personagens, já que ganham dados extras ao fazerem isso. É como uma expansão às regras de stunts do Exalted e do Scion.

Provavelmente, o que mais deve deixar os narradores com um pé atrás sobre o sistema é O Princípio da Verdade Narrativa. Ele diz que tudo acontece exatamente como o jogador descreve, e quando ele descreve. “Mas como assim? Aí não tem desafio!” você pode estar pensando, mas não é bem assim. O grande esquema é que o jogador realmente acerta o vilão como gostaria, o que deixa o jogador feliz, mas acertar o vilão pode não ser o bastante, isso os dados é quem decidem. Entretanto, ações que fujam do clima da história, como decaptar o grande rival logo no primeiro golpe, serão vetadas pelo grupo pois acabam com o divertimento da história.

Outro ponto positivo é como o Wushu lida bem com níveis de poder diferentes apenas com ferramentas narrativas. Você pode, usando as mesmas regras, jogar algo mais pé no chão e com descrições dramáticas de golpes (bem ao estilo das batalhas narradas pelo Bernard Cornwell) até algo super-heróico (como Dragon Ball Z). O lance é saber o que encaixa bem ou não dentro de cada gênero como um detalhe narrativo. Qualquer informação interessante pode acabar virando um detalhe narrativo (e gerando mais dados), desde o sentimento empregado em um golpe até a maneira como o herói esquiva de balas e corre pelas paredes.

Mas nem tudo são flores. Percebo dois pontos negativos do Wushu: o primeiro é que você precisa de um certo número de dados de duas cores diferentes (todos d6), sendo aconselhável ao menos 4 de cada cor (aconselho 6). Isso porque alguns são usados como dados yang (que geram sucessos) e outros como dados yin (que anulam sucessos do oponente).

Outro ponto que pode ou não ser negativo é a evolução do personagem: ela não existe. O Wushu admite que os personagens começam no topo e se mantêm lá. Isso é ótimo para histórias curtas, como one shots, mas pode ser frustrante a longo prazo. Se o grupo pretende simular o ambiente de animes e outras histórias onde os personagens vão evoluindo com treinamento, aconselho a manter um olho vivo às descrições das ações. Pode ser que os heróis comecem fazendo coisas pouco superiores à média humana e cheguem a status de semi-deuses apenas com as descrições de suas ações, sem alterar nenhuma regra ou característica na ficha (bolei uma mecânica para isso, depois posto aqui no blog).

Bom, penso em narrar Wushu muito em breve no cenário do Scion, o qual é muito divertido mas dizem que as regras tendem a “quebrar” quando os personagens atingem certos níveis de poder. Veremos se o Wushu dá conta disto.

Se você ficou interessado, pode baixar o Wushu Open com regras diagramadas em apenas duas páginas.

Já que é pra ser minimalista, sejamos minimalistas.

Nove em dez noivas vingativas preferem o Wushu!

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